CORAÇÃO x CÉREBRO: QUEM É O GRANDE VILÃO DAS PAIXÕES DA HUMANIDADE? (1ª Parte)
By VMC (*1)
Sempre que nos referimos as questões
emocionais, temos como representação simbólica, o coração. O velho e romântico coração
reverenciado pelos apaixonados, pelos desprezados, por aqueles que um dia
acreditou amar e ser amado, enfim, pelos poetas. Esse processo se deve a nossa cultura
emocionalmente contaminada pelo romantismo exacerbado que alimenta culturas
ocidentais há séculos e séculos desde que o cristianismo se firmou como um
divisor de “águas”....ou historicamente falando: divisor de ERAS. Ou seja:
Antes de Cristo (A.C) e Depois de Cristo (D.C). A filosofia iniciou seu
grande questionamento entre razão e emoção. É evidente que esse dilema existe
desde que o ser humano foi promovido a “patente” de homo sapiens . Para
entender melhor esse processo, farei um breve retrospecto para responder a
essa interrogativa lndelevelmente
histórica .
Os primeiros habitantes da terra
A pré-história é o período anterior ao
aparecimento da escrita, por volta do ano 4000 a.C..Seu estudo depende da
análise de documentos não-escritos, como restos de armas, utensílios, pinturas,
desenhos e ossos. O gênero HOMO apareceu entre 4 e 1 milhão de anos a .C. Os
estudiosos dessa área dentre eles paleontólogos antropólogos e historiadores
classificam em três etapas ou períodos ,
a evolução do homem pré-histórico:
I –
PALEOLÍTICO (idade da pedra lascada)
a)
Paleolítico inferior: 500.000 – 30.000 a.C.
b)
Paleolítico superior: 30.000 – 8.000 a.C.
II
- NEOLÍTICO (nova idade da pedra)
8.000
– 5.000 a.C.
III
- IDADE DOS METAIS
5.000
– 4.000 a.C.
Esta divisão é evolucionista porém, numerosos investigadores da história incluindo
os arqueólogos, antropólogos e sociólogos contestam tal visão. Esses afirmam
que existe grande diversidade cultural entre os grupos humanos e que, diante de
determinado problema ( sobrevivência principalmente) , cada homem ou grupos
humanos se organizam de um modo, o que resulta em culturas diferentes. Daí , conclui-se
que certos grupamentos humanos podem ter simplesmente acelerado um desses
estágios ou ter saltado um deles.
A Origem do Homem
A precariedade de informações obviamente limita
o conhecimento exato da origem do homem.
As primeiras pesquisas oficiais datam do
final do século XIX; e muitas descobertas de restos humanos e animais ou
utensílios e alguns hierogrificos (escritas) ou registros gráficos (desenhos em cavernas) ocorreram de modo casual, nem sempre
realizadas por especialistas. Dessa forma, concluiu-se que a descoberta de
traços culturais comuns em grupos afastados poderia indicar provavelmente, que tais indícios apareceram em
várias regiões diferentes do planeta.
É consenso que , há um tronco comum do qual se originaram os
grandes macacos (pongidae) e os homens (hominidae). Em determinado momento da
evolução, os dois grupos se separaram e cada um apresentou sua evolução
própria. Os pongidae apresentaram a forma do gorila, chimpanzé e orangotango;
os hominidae ou hominídeos, adquiriram a forma do atual homo sapiens. Essa
teoria também é aceita pela maioria de nós, que abominamos a ideia de pertencer
a espécie dos macacos de “baixo escalão”
(pongidae) . Dessa postura preferimos crer que somos da classe dos
hominidae. Dos males o menor!
Os Australopithecus
Milhares e milhares de anos se passaram até o aparecimento
(registro) do mais antigo hominídeo que se conhece. Foi encontrado na África do
Sul e os estudos revelaram que viveu entre 1 milhão e 600.000 a.C.. Apesar do
crânio pequeno, possuía traços característicos dos hominídeos. Era bípede com postura mais ereta. Quero crer que essa teoria
foi magistralmente retratada no filme o planeta dos macacos, sob o ponto de
vista hollywoodiano.
O Homo Habilis e o Pithecanthropus
Erectus
O homo habilis viveu há cerca de 2,5 milhões de
anos e foi contemporâneo do australoptecus, mas com capacidade craniana
ampliada. Esta incluiu carne em sua alimentação, o que provocou mudanças em sua
arcada dentária.
Segue-se o terceiro tipo de hominídeo, o
Pitecanthropus Erectus, que deve ter vivido entre 500.000 e 200.000 a.C.. O
homo erectus, como hoje se denomina, possuía maxilares maciços e dentes
grandes, cérebro maior que o tipo anterior e membros mais bem adaptados à
postura ereta.
Alguns
exemplos:
I - JAVANTROPO – (Homem de Java): 1,5 metros de altura e deve ter passado
a maior parte da existência no chão.
II - SINANTROPO – (Homo Pekinenses): Descoberto na china. Junto
do esqueleto havia grande quantidade de facas, raspadores e pontas, o que
demonstra elevado estágio de desenvolvimento.
III - PALEANTROPO – (Homem de Heidelberg)
O Homo Neanderthalensis
Encontrado em Neanderthal, Alemanha. Houve descobertas
semelhantes França, Iugoslávia, Palestina e África do Sul. Deve ter existido
entre 120.000 e 150.000 a.C.
Este
hominídeo possuía capacidade craniana elevada e já vivia em cavernas e deixou
inúmeros traços de sua existência.
O Cro-Magnon
Com o homem de Cro-Magnon atinge-se o Homo
Sapiens. Chegamos a este estágio por volta de 40.000 a.C., possuía altura
acentuada, membros retos e peito amplo, como também, a maior capacidade
craniana encontrada até então, o que provou através da arte, da magia e da vida
social.
Padrões Culturais da Pré-História
Podemos classificar os estágios culturais da
humanidade em selvageria, barbárie e civilização.. A civilização seria
posterior à escrita; as demais, características dos homens da pré-história. Tal
visão apresenta dois defeitos básicos, quais sejam:
I. pretende que a civilização em que vivemos seja o modelo, em
função do qual se deva julgar todos os outros estágios da evolução;
II. pressupões que todos os povos da pré-história tivessem
passado pelas mesmas etapas, o que Não corresponde aos documentos históricos
encontrados.
Cada povo tem sua própria cultura e
civilização, que devem ser compreendidas no seu momento histórico exato, do
contrário, não estaríamos fazendo história, mas tentando demonstrar a superioridade
da civilização ocidental.
O surgimento da agricultura se deu entre 8.000
e 5.000 a.C.(neolítico), quando o homem deixou sua vida nômade,
sedentarizando-se às margens dos rios e lagos, cultivando trigo, cevada e
aveia. Nesta época também domesticava ovelhas e gado bovino, otimizando sua
cadeia alimentar.. Aí também surgem os primeiros aglomerados urbanos, com
finalidade principalmente defensiva. Nesta época também as viagens eram feitas por
terra e mar. Estamos falando da chamada comunidade primitiva, onde o solo
pertencia a todos e a comunidade se baseava em laços de sangue, idioma e
costumes.
A partir deste ponto, a evolução das
comunidades processou-se em duas direções: no sentido da extensão da posse e da
propriedade individual dos bens no sentido da transformação das antigas
relações familiares. Durante a idade dos metais (5.000 a 4.000 a.C.), o cobre
passou a ser fundido pelo homem, seguindo-se o estanho, o que permitiu a
obtenção do bronze, resultante da liga dos dois primeiros. Por volta de 3.000 a.C.,
produzia-se bronze no Egito e na Mesopotâmia, sendo esta técnica difundida para
outros povos a partir daí. A metalurgia
do ferro é posterior e tem início por volta de 1.500 a.C., na Ásia Menor, tendo
contribuído decisivamente para a supremacia dos povos que a dominavam e
souberam aperfeiçoá-la.
A Origem do Homem Americano
Segundo alguns estudiosos, o continente
americano começou a ser povoado há 30.000, 50.000 ou até 60.000 anos atrás. Dos
povos mais antigos, os arqueólogos encontraram restos de carvão, objetos de
pedra, desenhos e pinturas em cavernas e partes de esqueletos. Dos povos mais
recentes encontramos grandes obras como: pirâmides, templos e cidades. Alguns,
como os Astecas e os Mais, conheceram a escrita e deixaram documentos que
continuam sendo estudados.
Hoje, os pesquisadores admitem que os primeiros
habitantes americanos vieram da Ásia, devido à grande semelhança física entre
índios e mongóis. A teoria mais aceita é de que os primitivos vieram a pé, pelo
estreito de Behring, na glaciação de 62.000 anos atrás. Outros afirmam que
vieram pelas ilhas da Polinésia, em pequenos barcos, tendo desembarcado em
diversos pontos e daí se espalhado.
Os vestígios mais antigos da presença do homem
no continente foram encontrados em São Raimundo Nonato, PI, Brasil, com idade
de 48.000 anos, permitindo a conclusão de que eram caçadores e usavam o fogo
para cozinhar, atacar e defender-se dos inimigos, pelos utensílios encontrados ou seja,
desde que ele aprendeu ( ou descobriu ) que poderia pensar e agir com a razão considerando os aspectos
lógicos, lingüísticos e matemáticos. Somente lhe foram percebidos de acordo com
a teoria evolucionista de Darwin . Para refrescar sua memória:
Darwinismo
Charles Darwin, em sua viagem pelas Ilhas Galápagos, estudou o
comportamento de algumas espécies durante gerações. Observou que algumas
espécies evoluíam de outras e que os animais mais preparados para enfrentar
condições adversas de temperatura, etc.
sobreviviam e conseguiam passar suas características para os descendentes. Observou
também que isso se assemelha com a seleção artificial que
seres humanos fazem com raças de cachorros, cruzando os mais bonitos, mais
fortes e mais saudáveis para produzirem filhotes mais bonitos.
Esse estudo, onde os mais aptos sobreviviam e passavam seus
genes para os descendentes foi chamado de Lei da Seleção Natural. Importante
ressaltar que a seleção natural não é causada pelo sucesso reprodutivo do mais
apto, a seleção é sobrevivência e reprodução diferenciais. Ou seja, o sucesso
reprodutivo é daquele que conseguiu sobreviver e deixou o maior número de
descendentes viáveis. O sucesso reprodutivo depende da sobrevivência, e a prole
também precisa sobreviver e deixar descendentes. Quanto mais cedo um indivíduo
morre, menos descendentes ele deixa.
Neodarwinismo
Nesta teoria, e evolução é o
resultado de um conjunto de fatores, que atuam na composição de uma população:
- Mutação - Fluxo Gênico - Seleção Natural - Deriva Genética -
Mutação
É qualquer modificação na característica de uma
espécie. As mutações podem ocorrer nas células somáticas e nas células
germinativas, e esta pode ser passada para os descendentes. A mutação aumenta a
variabilidade genética de uma população.
Fluxo Gênico
Os alelos
( uma das diversas formas de gene, ocupando uma posição
num certo CROMOSSOMO conhecida por lócus). podem ser introduzidos em uma população
através dos indivíduos migrantes, o que tende a aumentar a variabilidade
genética da população.
Seleção Natural
Existem três tipos de seleção:
- Estabilizadora
ou normatizadora: Seleção na qual os indivíduos com genótipo
para características extremas são eliminados da população. Por exemplo
indivíduos muito grandes e indivíduos muito pequenos.
- Direcional:
Quando uma característica é favorecida, em detrimento de outra, ou seja, um
tipo de fenótipo, à direita ou à esquerda da média é favorecido.
- Disruptiva:
Quando os fenótipos à esquerda e à direta da média são favorecidos, formando
grupos distintos.
Deriva Genética
Quando uma população é muito pequena, o efeito da
deriva genética é muito grande. A tendência da deriva genética é diminuir a
variação dos genótipos, podendo até excluir um gene da população. Essa teoria
foi atualizada e aperfeiçoada pelos cientistas Roger Sperry e Paul Maclean cujo prêmio Nobel de 1981 lhes foi
concebido por pesquisar e comprovar a teoria da evolução do cérebro humano
assim representadas:
(CONTINUA.....)